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GUILLERME ENRIK GALVÃO – Fotografia de estudante da Unemat retrata indígena Haliti-Paresi e vence prêmio no Intercom Centro-Oeste 95020

Victor Nascimento / Estagiário de Jornalismo - OPAN 09/06/2025 Educação

Imagem feita na Aldeia do Formoso destaca a força da identidade indígena Haliti-Paresi

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A força silenciosa de um retrato, com um gesto ancestral, a força da natureza e atravessado pela história do povo Haliti-Paresi. Foi assim que o estudante de jornalismo Guillerme Enrik Galvão, da Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat), conquistou o prêmio Expocom na etapa regional da premiação que integra o congresso da Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação (Intercom), o maior evento de comunicação da América Latina, na categoria Fotografia Artística.

A imagem vencedora foi produzida na Aldeia do Formoso, localizada em Tangará da Serra, e retrata o indígena Luciano Kezo, da etnia Haliti-Paresi, povo que atua na defesa de seus territórios e fortalecimento de suas práticas culturais, incluindo o etnoturismo, com apoio da Operação Amazônia Nativa (OPAN). Agora, a fotografia avança para a etapa nacional do prêmio, que acontece em Vitória (ES) em setembro.

“O processo da foto foi bem espontâneo. Eu estava mais focado em fotografar o lugar, já tinha conversado com o Kezo, sobre o que o local representava e como eles viam aquele lugar, que, para ele, é como um santuário a céu aberto que mais pessoas precisam conhecer. Depois disso, ele começou a conversar e saiu andando, e eu fui fotografando todo o caminhar. Quando ele chegou na pedra, disse que conseguiria acertar um pássaro que voava. E aí, eu fotografei”, 182r4j

relata Guillerme.

Mas essa não foi a única conquista da Unemat, outros seis trabalhos foram premiados no Expocom na etapa Centro-Oeste, entre um total de 13 trabalhos enviados na modalidade de trabalhos experimentais e ainda outros 12 apresentados nos Grupos Temáticos (GTs) do evento.

Entre os destaques dos grupos temáticos está o Educom Indígena, iniciativa que trabalha com estudantes da Faculdade Indígena Intercultural (Faindi) e estudantes de jornalismo também da Unemat. O projeto realiza oficinas de educomunicação e produção midiática com jovens indígenas, fortalecendo o protagonismo das comunidades e promovendo a autonomia na produção de conteúdo sobre seus próprios contextos.

Outro trabalho é o Memória Sonora, projeto de extensão que capta paisagens sonoras em diferentes territórios e em Tangará da Serra, incluindo aldeias indígenas. A proposta é escutar e registrar os sons como forma de registrar memórias, histórias e modos de vida, criando um acervo sensível que rompe com o apagamento histórico dessas populações.

O bolsista do Memória Sonora, Rian Bispo, também destaca a importância do projeto em olhar para os povos originários ao registrar a memória de um município.

“Brasil é terra indígena, e não é possível construir um registro histórico, uma memória, sem considerar esses espaços e essas comunidades. Muitos desses sons estão desaparecendo, seja pela agem do tempo ou por impactos da mudança climática. E como grande parte da cultura indígena é transmitida pela oralidade, registrar essas sonoridades e compreender o ambiente sonoro das aldeias se torna ainda mais urgente”. p6y45



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